Poucas horas depois, ainda em viagem a Arábia Saudita, o Presidente da República tomou conhecimento e desmentiu a notícia comprovando que naquele dia do crime, 14 de março de 2018, o então deputado se encontrava em Brasília, na Câmara dos Deputados, onde participou de duas votações naquela mesma tarde em que ocorria o assassinato da vereadora. Essa “queda de braço” entre o Presidente Bolsonaro e a Globo parece não ter fim, e sempre a emissora toma a iniciativa de atacar o Presidente da República, seus filhos, sua família e de sua esposa.
Ainda na Arábia Saudita Bolsonaro concede entrevista à TV Bandeirantes e contra-ataca acusando a TV Globo de tentar desestabilizar o Brasil. “O que a Globo quer com isso? Nós sabemos o que está acontecendo na América do Sul. Vários países com problemas: o Chile, a eleição na Argentina, a Bolívia, o Equador… Será que ela quer trazer essa crise sul-americana para dentro do Brasil? Esse é o propósito da Globo?” disse.
O Presidente brasileiro emendou: “O senador Humberto Costa disse, alguns dias atrás, que a minha hora ia chegar. Logo depois teve a questão do Chile, e ele reafirma isso, e faz um montão de acusações a meu respeito. Eles querem o caos no Brasil, querem quebra-quebra, querem ações terroristas para tentar me desestabiliza r.Não vou me submeter aos caprichos de uma televisão que esculacha as famílias 24 horas por dia, que mente o tempo todo, tentando jogar para cima de mim a responsabilidade por tudo o que acontece no Brasil.”
Em nota a TV Globo fez a seguinte observação: “A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações."
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A citação ao presidente Bolsonaro no depoimento do porteiro do condomínio onde morava o principal suspeito do assassinato da vereadora e de seu motorista fez o caso chegar perto de ir ao Supremo Tribunal Federal. O Ministério Público do Rio de Janeiro teria feito uma consulta sobre se deveria enviar o caso à Corte depois do depoimento, devido ao foro privilegiado de Bolsonaro. Em tese, o MP estadual não poderia ter se dirigido diretamente ao Supremo. O recomendado seria fazê-lo por meio da PGR, que avaliaria previamente a necessidade da consulta, ou até mesmo por meio do judiciário local.